Um minuto, por favor,
Criei esse
blogger em 2006 com propósito de publicar produções de minha autoria e dos
estudantes que oriento, além de utilizá-lo como fonte de pesquisa e orientação
metodológica - NBR \ ABNT para os que buscam essas informações.Por esta razão,
depois de quase dois anos, as vésperas de defender minha tese, faço como forma
de relaxamento mental, essa nota informativa aos leitores. A proposta publicada
em 2009 passou, em 2010, por uma significativa reformulação. Naquele momento
estava fechando as disciplinas do curso e iniciava a fase de preparação para
qualificação. A reformulação, o que é muito natural numa pesquisa
qualitativa, também se deu pela falta de bolsa para custear a pesquisa de
campo que seria dispendiosa em razão do deslocamento [Manaus\Maués\Rio Marau\Manaus].
Um trabalho etnográfico requer do pesquisador dedicação no convívio com a
população ou grupo ao qual pretende investigar. Por esta
razão e recomendação da orientação contatei com a liderança da Comunidade
Indígena Beija Flor I que fica no município de Rio Preto da Eva a 83 km de
Manaus, onde fui bem recebida pelo Tuxaua Fausto Andrade [etnia Sateré-Mawé] e pelo
presidente da Associação Etno Ambiental Beija Flor, senhor Sérgio Sampaio, líderes
Sateré-Mawé [etnia Tukano] que residem em terra indígena demarcada mais próximo
de Manaus para dar inicio as alterações e qualificar-me em seguida.
Hoje consigo
ver como foi valorosa a mudança, a instabilidade e o desconhecido provocaram em
mim um olhar mais aguçado para compreender os fatos do cotidiano que permeiam índios
e não índios. Quero em
outro momento divulgar o material da tese, num desses dias em que a cabeça pede
descanso, aí escreverei sobre a experiência que tive dentro da Comunidade
Indígena Beija Flor I.
Tomo emprestado o termo Waku Sese - saudação dos índios Sateré-Mawé, que
significa "estar tudo bem", para agradecer a liderança na pessoa do
Fausto e Sérgio.
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Resumo
O trabalho pretende: Analisar como vem sendo efetivado o uso da terra indígena do Baixo Marau após sua demarcação, ressaltando territorialidade e sustentabilidade.
Para alcançar a meta temos as seguintes questões: a- Conhecer historicamente a demarcação da terra indígena Mawé ocorrida em 1982; b- Observar a organização dos Sateré-Mawé no território demarcado; c- Compreender o sentido de territorialidade e sustentabilidade na percepção da população.
O interesse pelo tema veio de leituras e debates sobre a organização do povo Waiãpi do Amapá, no processo de demarcação e pós- demarcação de suas terras descrita por Dominique T. Gallois (1999), visto como caso privilegiado. “Vivem numa terra sem invasões, que eles mesmos demarcaram, numa extensão de 603.000 ha., de floresta tropical homologada ... ”.
Quanto ao “controle territorial, os Waiãpi vêm praticando de forma bem sucedida porque se mantêm adaptadas tanto as características ambientais da área quanto à sua organização sociopolítica” (GALLOIS, p.11). Para assegurar a demarcação, foi necessário ocupar sistematicamente as faixas de limites com implantação de novas aldeias que redundou em um trabalho exaustivo de preparação de agentes indígenas e na expectativa de serem atendidos pelos programas de assistência diferenciada de saúde e educação do governo federal e estadual, comenta a autora.
É nesse aspecto que estou coletando informações sobre o povo Mawé que reside no Baixo Marau, e que teve suas terras homologadas em setembro de 1982, buscando visibilidade quanto ao uso do território após a demarcação.
[1] Maria do P. Socorro Nóbrega Ribeiro é professora lotada na Escola Superior de Arte e Turismo (ESAT) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e doutoranda na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra, tendo como orientadora a professora Dra. Susana Viegas / Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa (UL) e co-tutora a professora Dra. Valéria Augusta de Medeiros Weigel da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). mnobrega@uea.edu.br/socc1@hotmail.com / 0055 92 91289451.